domingo, 10 de abril de 2011

Amor e Revolução não condiz com a verdadeira história, diz colunista da Folha


Em seu artigo na Folha de São Paulo de hoje (10/04), o colunista Fernando de Barros e Silva afirmou que o SBT errou em dados históricos exibidos pela novela Amor e Revolução, de Tiago Santiago, que estreou nessa semana e bateu recordes de críticas.
Sobre a cena inicial da novela, que mostrou estudantes organizando guerrilha quando surpreendidos por assassinos e anti-comunistas militares, Fernando de Barros disse que “não havia, então (antes do golpe), guerrilha no Brasil. A tortura contra adversários da ditadura só seria adotada no regime depois do AI-5, em 1968”. Assim, o escritor da Folha conclui que “a novela não presta como obra de ficção nem tem valia como documento histórico”.
RD1 fez uma pesquisa para apurar os fatos. Em um texto de Carla Aranha à Abril, ela deixa claro que “a semente da ditadura violenta que se instalaria em 1968 foi plantada em 1964 e germinou nos anos seguintes”. Até o final de 1968, ano do AI-5, a tortura ainda não tinha se tornado praxe nos cárceres brasileiros. “Ela já começava a ser praticada, mas não com a freqüência do final dos anos 60 e começo dos 70”, diz o historiador Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense. Ainda havia liberdade de imprensa.
Será que Tiago Santiago andou faltando algumas aulas de história? Ou não se interpretou bem o que a primeira cena da novela quis mostrar? São respostas que o passado não responde, principalmente numa época obscura, onde a verdade está guardecida por escoltas de mentiras.

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