domingo, 18 de dezembro de 2011

Em novo programa, Roberto Justus exibe o mesmo topete, o mesmo sorriso e o mesmo ego


“Uma prévia” da atração que apresentará em 2012, avisou Roberto Justus no início. “Um embrião”, explicou no fim.  “Um programa que é mais: mais informação, mais de mim para vocês, este é um programa totalmente diferente”, prometeu.
Exibido pela Record no final da noite de sábado, o especial teve, na verdade, só uma coisa a mais: mais do mesmo Justus de sempre. O mesmo topete, o mesmo sorriso, o mesmo ego.
Emblemático da falta de assunto de um programa sobre “criatividade”, Justus falou, literalmente, da invenção da roda, com a ajuda de uma ilustração animada. “A criatividade revoluciona as nossas vidas”, disse.
O primeiro entrevistado foi Walter Longo, que trabalha numa das empresas de Justus. O segundo a falar foi o brasileiro Mike Krieger, um dos criadores do Instagram, um aplicativo para iPhone que mistura recursos para fotos e rede social.
Primeira frase de Justus para Krieger: “Algumas coisas me deixam encantado na sua história. A primeira é que você estudou na mesma escola que a minha filha”. Pano rápido.
Terceiro entrevistado, o publicitário Nizan Guanaes foi apresentado como “uma das figuras mais carismáticas do mundo da publicidade”. Justus conseguiu a inacreditável proeza de falar mais do que o sempre loquaz Nizan.
Quarto entrevistado: o cacique Almir Suruí, famoso por ter aproximado os índios de sua tribo do Google. Pergunta de Justus: “Arco e flecha ou iPhone, qual é a arma mais eficiente?” Educadíssimo, Almir teve a paciência de explicar: “Não é mais eficiente. É um diálogo”.
Um diálogo que Justus parece incapaz de compreender no comando de um programa de entrevistas.

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