domingo, 11 de setembro de 2011

Colunistas tentam explicar o motivo do fracasso de “Amor e Revolução”


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Cercada de muita expectativa à época do lançamento, “Amor e Revolução” decepcionou tanto que constitui um ótimo caso de estudo para quem se interessa por novelas. O que deu errado?
O “UOL Vê TV” desta semana, que contou com a participação dos atores Gustavo Haddad e Elcio Monteze, além do colunista Flavio Ricco, levantou algumas boas hipóteses.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que o SBT não tem uma política clara em matéria de teledramaturgia, como, aliás, não tem para quase nada. “O problema é que o dono da emissora não gosta de novelas, ele faz porque a mulher dele gosta”, disse Ricco.
Como já fez com outras novelas, o SBT não dá a devida importância a uma característica fundamental do gênero, o de ser uma obra aberta. “Amor e Revolução” estreou com 40 capítulos prontos, o que dificultou ajustes na trama nos primeiros dois meses.
Na fase final, o problema vai se repetir. As gravações se encerraram no final de agosto, mas a novela será exibida até novembro ou dezembro. Ou seja, daqui até o fim, não é possível mais alterar nada na trama.
Para compensar, Haddad contou, o SBT vai oferecer ao público a possibilidade, nos últimos quatro capítulos, de decidir o destino da trama. Os principais atores gravaram três finais diferentes para os seus personagens. Assim, em clima de “Você decide”, o espectador vai resolver o que Tiago Santiago preparou durante nove meses.
A confusão no SBT se reflete também no fato de não haver oficialmente, até agora, uma data determinada para o final da novela. Isso significa que todo o material gravado provavelmente não seguirá a lógica dos capítulos escritos por Tiago Santiago, mas será adequado ao tempo que a emissora quiser.
A promessa de “Amor e Revolução” era fazer um mergulho num período dramático da história brasileira, a ditadura militar instaurada no país a partir de 1964. Aos primeiros sinais de que a novela não estava indo bem de audiência, o autor optou por promover a trama explorando um caso de amor entre duas mulheres.
O impactante “beijo gay” chamou a atenção para “Amor e Revolução” pelos motivos errados e teve péssimas conseqüências. A emissora se assustou com a repercussão e mandou Santiago cancelar não apenas a trama entre as duas mulheres, como uma outra, entre dois homens, que já havia sido gravada. Tudo engavetado.
O SBT alegou que o público não gostou de ver duas mulheres se beijando em cena. Gustavo Haddad apresentou uma outra hipótese no programa exibido no UOL: “Os anunciantes têm mais pudor do beijo gay que o público”, disse.
Problemas de produção também atrapalham o SBT. Flavio Ricco lembrou que “existe muita briga entre autores e diretores”, o que se refletiu de forma visível em “Amor e Revolução”. Já Haddad observou: “A equipe é a mesma para dois núcleos diferentes.”

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