quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Daniela Beyruti: “Discordar do meu pai é perda de tempo”


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Desde que entrou no SBT, Daniela Beiruty mudou a cara da emissora. Atraiu um público mais jovem com novidades como o “Ídolos” e, ao assumir o departamento artístico da empresa, tratou de acabar com a mudanças intempestivas de horário. Neste mês, quando vê o canal comandado pelo pai, Silvio Santos, completar 30 anos de história, ela sabe que há muito o que comemorar. O SBT vem recuperando a audiência perdida ao longo do anos e tem peitado a concorrência. Tanto que num vídeo exibido para a imprensa nesta quarta-feira, o canal brinca na vinheta mostrando a pequena Maisa dizendo que “tem canal que se diz de primeira, mas não consegue engatar a segunda”. Preocupada com o futuro da emissora, Daniela tem acompanhado de perto as atividades do laboratório de criação, responsável por novos programas, e planeja novidades para breve, como o reality show “Vivendo Com o Inimigo”. Muito solícita e visivelmente tímida, a executiva conversou com a coluna.
IG: Desde que você entrou no SBT, acabou o troca-troca de horário, foram emplacados sucessos como o “Ídolos”. Isso se deve ao olhar de espectadora que levou para a TV?
DANIELA BEYRUTI: Não necessariamente. Os horários se estabilizaram antes, em 2008. (risos). Mas a gente se baseia muito em pesquisas. Passamos horas debruçados sobre esses estudos, brinco que pesquisa para a gente é terapia.
IG: Foram somente as pesquisas que fizeram com que o beijo gay entre homens fosse vetado de “Amor e Revolução”?
DANIELA BEYRUTI: A decisão foi tomada baseada em pesquisas. Elas disseram que o assunto era considerado totalmente irrelevante pela nossa audiência.
IG: Houve quem dissesse que o corte se deu por motivos religiosos, muito disseram que o corte reforça o preconceito.
DANIELA BEYRUTI: A gente tenta ser sensível a todo esse público que as pesquisas nos mostram no sentido de agradar, mas, às vezes, para agradar uns, a gente tem de desagradar outros. Sabemos que falamos para falar a uma grande massa de pessoas, tem dessas coisas.
IG: Outra polêmica recente foi o caso do “Qual É O Seu Talento?”, acusado de plágio. O programa continuará no ar?
DANIELA BEYRUTI: Ele fica no ar pelo menos até o fim do ano. Mas acho muito injusta essa acusação. Se a gente olhar lá para trás, nos anos 80 já se fazia isso no “Show de Calouros”, por exemplo. No formato do exterior são apenas três jurados, nós temos quatro. Não temos o grande X na bancada. Lá, eles transformam tudo num grande show, tudo grandioso. Aqui, a gente só tenta fazer um programa, nada tão grande. Claro que podem achar semelhanças, mas se a gente viaja para uma feira de TV lá fora a gente vê dez formatos praticamente iguais, com a mesma ideia.
IG: Pensa em voltar com a “Casa dos Artistas”?
DANIELA BEYRUTI: Pessoalmente, não. Acho que seria mais do mesmo. Não teria nada de diferente, seria o mesmo programa de confinamento, no mesmo moldes dos que já existem, sem oferecer nada de novo.
IG: Quem vai ser a professora Helena no remake de “Carrossel”?
DANIELA BEYRUTI: Sabe que até eu tô curiosa? (risos).
IG: É verdade que a ideia de produzir um remake da novela foi sua?
DANIELA BEYRUTI: Sim. Comecei a lembrar da nossa história e acho que “Carrossel” tinha tudo a ver. Quando foi exibida a novela trouxe à tona a liberdade, a alegria. Era uma coisa quente. “Carrossel” simboliza o conceito de família, que é exatamente como nos sentimos no SBT. Tem tudo a ver com esse momento em que completamos 30 anos.
IG: Você é uma assídua frequentadora do Twitter (@danibey), mas nos últimos tempos tem usado menos o microblog. Por quê?
DANIELA BEYRUTI: Quando entro no Twitter, não sou mais a executiva do SBT. Sou que nem todo mundo, me empolgo, gosto de responder a todos e acabo me empolgando. Já aconteceu de várias vezes divulgar coisas que ainda não podia e levar puxão de orelha no dia seguinte! (risos). Gosto daquela energia instantânea.
IG: Acha que as pessoas têm medo de você no SBT por ser filha de Silvio Santos?
DANIELA BEYRUTI: Olha, eu espero que não tenham medo de mim. Gosto de fazer parte do processo, não me acho melhor do que ninguém. Sou uma trabalhadora de chão de fábrica como todo mundo, é assim que gostaria que me vissem.
IG: É muito difícil lidar com seu pai? O que acontece quando discordam?
DANIELA BEYRUTI: Olha, eu sinto que tenho tanto a aprender com ele, que às vezes acho que discordar, bater de frente, é perda de tempo. Até porque, nas vezes em que isso aconteceu, foi assim: ele me dizia que não achava legal a minha ideia, que não parecia que daria certo. Mas eu insistia e então ele deixava. E não é que dava errado mesmo? Ele estava certo o tempo todo! (risos)
IG: Acredita que a crise financeira das empresas do seu pai passou?
DANIELA BEYRUTI: Acho que sim, o pior já passou. (pausa e, apesar da insistência da coluna, simpaticamente declina de falar mais sobre o assunto).
IG: Por que Silvio Santos ficou de fora das comemorações? Por que ele não dá mais entrevistas?
DANIELA BEYRUTI: A gente decidiu em conjunto que não. Olha, além de filha, eu também sou fã e estudante de comunicação! Também adoraria vê-lo dando entrevista para Marília Gabriela, ver filmes e livros sobre ele. Mas talvez ele ache que já tenha dado muita entrevista, talvez queira ficar quieto, não sei.
IG: Uma última pergunta: já parou para pensar em como será quando seu pai não estiver mais à frente do SBT? Já pensou sobre isso?
DANIELA BEYRUTI: (Daniela pensa demoradamente, parece se emocionar e delicadamente diz ao colunista:) Posso te responder essa pergunta numa outra oportunidade?

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