sexta-feira, 18 de março de 2011

"Lara com Z": A diva está de volta à Globo em abril


Sucesso de audiência e repercussão em "Cinquentinha", Susana Vieira está de volta em um spin-off de uma de suas melhores personagens: Lara Romero. A diva da TV, fina que só, retorna ao horário nobre na série de Aguinaldo Silva, "Lara com Z".
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Lara, a diva da TV (Divulgação/Globo)
Depois da intensa batalha em "Cinquentinha" para ficar com os negócios da família, Lara Romero (Susana Vieira) decidiu captar dinheiro para fazer um filme de um famoso autor de novelas. Ela só não imaginou que o roteiro não ficaria exatamente como queria. O dinheiro, então, tomou outro rumo. Lara comprou o Teatro João do Rio, fez uma reforma e se auto presenteou com uma montagem monumental de "Macbeth". Na noite da estreia, um susto. Leandro (Humberto Martins), um fiscal do governo, manda fechar o teatro e entrega uma intimação a Lara: ou ela devolve o dinheiro que captou e gastou irregularmente ou vai presa. 
"Durante todo o seriado, a atriz tentará resolver esta situação das maneiras mais estapafúrdias", explica o autor Aguinaldo Silva, que assina "Lara com Z" ao lado de Maria Elisa Berredo. Com direção-geral e de núcleo de Wolf Maya e direção de Cláudio Boeckel e Emerson Muzeli, o seriado, que estreia na nova grade da Rede Globo em abril, foi escrito especialmente em homenagem à atriz. "Há muito tempo eu queria escrever um seriado em que Susana Vieira fosse a protagonista absoluta", revela Aguinaldo.
Na jornada para salvar o seu teatro, Lara ainda vive paralelamente o drama de Bárbara (Monique Alfradique), sua neta e filha de Celina (Thais de Campos). Namorada de Oliver (Augusto Zacchi), um "mauricinho" de tradicional família de Petrópolis, ela passará por grandes transformações para ser aceita pelos avós dele, Maria Beatriz (Beatriz Segall) e Maximiliano (Roberto Maya). Os dois não pouparão esforços para atrapalhar o relacionamento de Bárbara e Oliver, nem que tenham que arruinar a vida de Lara. Para isso, contarão com a ajuda da repórter Eliete (Paola Crosara) e da jornalista Sandra Heibert (Eliane Giardini), ex-amiga de infância da atriz e que nunca se conformou em perder o posto nos palcos para a colega.
E, como nada na vida da atriz pode ser simples, ela ainda se verá envolvida com Leandro (Humberto Martins), que, mesmo estando encarregado de investigá-la, parece determinado a conquistar seu coração. Resta saber se ela conseguirá atravessar todos esses problemas sem descer do salto.
Como cenários principais de toda a trama, estão a mansão herdada pelo mordomo James (Emiliano Queiroz) e a governanta Leontina (Maria Helena Pader), e o Teatro João do Rio, montado em um dos estúdios da Central Globo de Produção. Inspirado no Teatro Municipal de Niterói e com capacidade para uma plateia de 300 pessoas, também será palco de cenas importantes, com a montagem quase completa da peça Macbeth, de Shakespeare. "Quase tudo acontece no estúdio, o que nos dá um ritmo surpreendente, planejado desde o script até a edição final", assinala Wolf, que conta com uma equipe de quase 150 pessoas, entre elenco e equipe de produção, para realizar o projeto.
A trama em atos
Será divida em cinco atos. Lara, no início, vai pensar que a vida real é a personagem que ela vive. No ato 2, ela decide estrear um espetáculo. No 3, a diva trava uma rivalidade com a crítica de espetáculos teatrais e, no 4, ela encontraá mais problemas. Por fim, no 5, ela passará a procurar elementos para compor a vida.
Os autores e o diretor com as palavras:
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Aguinaldo, o autor - Imagem da Internet 
Nascido em 1944, Aguinaldo Silva começou a trabalhar aos 14 anos. Dois anos depois, publicou sua primeira obra, "Redenção para Job", e rapidamente conseguiu um emprego no jornal Última Hora, do Nordeste. Em 1964, época de ditadura militar, veio para o Rio de Janeiro. Jornalista por 18 anos – muitos deles dedicados ao noticiário policial -, Aguinaldo chegou à TV como um dos roteiristas da série "Plantão de Polícia", em 1979.
Em sua trajetória, consagrou-se com minisséries como "Lampião e Maria Bonita" (1982) – que lhe valeu a Medalha de Ouro no Festival Internacional de Nova York -, "Bandidos da Falange" (1983), "Tenda dos Milagres" (1985) e "Riacho Doce" (1990) e também com novelas como "Roque Santeiro" (1985), "O Outro" (1987), "Vale Tudo" (1988) – em parceria com Gilberto Braga -, "Tieta" (1989), "Pedra sobre Pedra" (1991), "Fera Ferida" (1993), "A Indomada" (1997), "Suave Veneno" (1999), "Porto dos Milagres" (2001), "Senhora do Destino" (2004) e "Duas Caras" (2007). Entre seus últimos trabalhos estão a minissérie "Cinquentinh"’ (2009), que assinou com Maria Elisa Berredo, além da supervisão das novelas "Tempos Modernos" (2010) e "Laços de Sangue" (2010), em Portugal.
Como você definiria o seriado?
Aguinaldo Silva: Como uma comédia cáustica e cheia de som e fúria, cujo tema é a questão da sobrevivência no meio artístico sem ter que vender a alma. Lara se perdeu anos atrás nos cenários das muitas novelas que fez, só é capaz de viver se transformar sua própria vida num eterno melodrama, porém, apesar do estereótipo que parece ser, não abriu mão de sua condição humana.
E por que "Lara com Z"? É por conta do nome de batismo da personagem?
Aguinaldo Silva: Quando comecei a pensar no seriado, revi um famoso especial de Liza Minelli chamado "Liza com Z". De brincadeira, e como ainda não tinha escolhido o título, passei a chamá-lo de "Lara com Z". Pegou tão bem que resolvi mantê-lo. Não existe uma explicação lógica para isso, a não ser o meu feeling de que a curiosidade poderia ser interessante para o seriado.
Três gerações, três mulheres fortes. Como "Lara com Z" tratará essas diferenças?
Aguinaldo Silva: Há três gerações representadas na mesma família: a de Lara, de sua filha Celina (que se torna a executiva das empresas herdadas pelos filhos das três viúvas) e a de sua neta Bárbara, que agora, talvez por ver a avó tão insana, quer a todo custo se tornar uma verdadeira "patricinha" e casar com um "mauricinho", não por acaso rico. Existem entre essas três mulheres barreiras intransponíveis quando se tratam de diferenças comportamentais das gerações e, ao mesmo tempo, um laço que as une fortemente e as torna solidárias umas com as outras, que é a família.
"Lara com Z" terá um time de peso no quesito vilã. O que podemos esperar das personagens de Eliane Giardini e Beatriz Segall?
Aguinaldo Silva: A essência das minhas vilãs, que, de tão alopradas, são quase personagens de histórias em quadrinhos. Eu sempre digo que, na luta entre a heroína e a vilã das minhas obras, o que eu faço é reproduzir os desenhos animados de "Tom & Jerry". Não é à toa que as crianças amavam Nazaré Tedesco (personagem de Renata Sorrah em "Senhora do Destino"). Eliane e Beatriz serão as vilãs da vez. E eu posso afirmar que elas serão das mais alopradas entre muitas.
Se inspirou em alguma situação que tenha vivido para o seriado?
Aguinaldo Silva: Lara é uma atriz de novelas, eu sou um autor de novelas. Ela é fruto da minha experiência no ramo. Claro, as situações que eu vivi, e nas quais me inspirei, aparecem no seriado exacerbadas, já que é de ficção que estamos falando. Como me inspiro sempre na vida real para escrever minha ficção, seria desonesto da minha parte negar isso: sim, em "Lara com Z" há resquícios evidentes do meu ambiente de trabalho!
Entrevista com a autora Maria Elisa Berredo
Maria Elisa Berredo assina "Lara com Z" com Aguinaldo Silva. O primeiro trabalho desta parceria foi há quase 20 anos na novela "Fera Ferida" e seguiu por todos os trabalhos desde então, exceto "Suave Veneno". Socióloga por formação, Maria Elisa passou pela Fundação Roberto Marinho, Agência Globo e editoras Nova Fronteira e José Olympio. 
Em sua trajetória na TV, Maria Elisa foi colaboradora em diversas novelas, entre elas "Múltipla Escolha – Malhação" (1995), "A Indomada" (1997), "Porto dos Milagres" (2001), "Agora que são elas" (2003), "Senhora do Destino" (2004) e "Duas Caras" (2007). Entre seus últimos trabalhos estão a minissérie "Cinquentinha" (2009), que também fez junto com Aguinaldo, além da colaboração na novela "Tempos Modernos" (2010).
De onde surgiu a ideia de dar continuidade à personagem Lara, de "Cinquentinha"? Você e Aguinaldo já pensavam nisso durante a minissérie?
Maria Elisa Berredo: A ideia sempre foi dar continuidade à "Cinquentinha", mas em formato de seriado. Ambos gostamos deste formato, gostoso de escrever, caprichado, feito com mais calma. A cada episódio temos uma história que se inicia e se fecha ali.
E porque a Lara, especificamente?
Maria Elisa Berredo: A personagem da Lara tinha um núcleo interessante, que dava margem para uma continuação. Havia o conflito com a filha, com a neta e o envolvimento com o motorista.
Como foi esse reencontro com o Aguinaldo?
Maria Elisa Berredo: Foi ótimo como sempre. E muito divertido.
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Wolf, o diretor - Imagem da Internet
Entrevista com o diretor de núcleo e diretor geral Wolf Maya
Sua primeira experiência em televisão foi na TV Globo, em 1979, participando como ator da novela "Memórias de Amor", de Wilson Aguiar Filho. No ano seguinte, dividiu com Reynaldo Boury a direção da novela "Ciranda de Pedra", voltando a atuar novamente apenas 1981, em "Jogo da Vida". Depois dirigiu duas novelas exibidas no horário das 19h, "Elas por Elas" e "Final Feliz", ambas de 1982, "Louco Amor" e "Champagne" (1983), "Livre para Voar" (1984), "Ti-Ti-Ti" (1985), "Hipertensão" (1986) e "Bambolê" (1987).
Wolf também atuou e dirigiu as novelas "Barriga de Aluguel" (1991), "O Amor Está no Ar" (1997), "Cara e Coroa" (1995), "Uga Uga" (2000) e na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002) e foi responsável pela direção de "Desejo" (1990) e "Hilda Furacão" (1998) e de mais de 20 novelas, entre elas "Esplendor" (1999), "Pecado Capital" (1998), "Salsa e Merengue" (1996), "A Viagem" (1994), "Kubanacan" (2003), "Senhora do Destino" (2004), "Cobras e Lagartos" (2006) e "Duas Caras" (2008). Também assinou a direção-geral da minissérie "Cinquentinha" (2009) e do seriado "Na Forma da Lei" (2010).
Como foi voltar a trabalhar com Beatriz Segall?
Wolf Maya: Foi um grande prazer. Um reencontro brindado por nós dois, que já fizemos juntos "Champagne", "Barriga de Aluguel" e diversas temporadas em teatro.
O seriado também traz novos talentos. Quais são as apostas em "Lara com Z"?
Wolf Maya: Apresento novos atores, como Maria Casadevall, formada pela minha escola de atores em São Paulo, Augusto Zacchi, destaque em teatro do Grupo TAPA, além de Carlo Porto, aprovado em testes específicos para o papel.
Como será a trilha sonora?
Wolf Maya: Bastante diversificada e divertida. O seriado terá como tema de abertura uma nova versão da música "Perigosa", na voz de Elza Soares. De Rita Lee, Roberto Carvalho e Nelson Motta, a canção ficou famosa com o grupo "Frenéticas".
"Lara com Z" estreia dia 7 de abril às 23h, na Globo.

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