segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Folha faz análise realista da medição do ibope de 2000 em diante.

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Ibope mostra que volume de espectadores da TV aberta não encolheu
A todo momento toca-se a trombeta de que a TV vem perdendo público, que a audiência mudou.
Mas a plateia que parecia inabalável em índices de 20, dez anos atrás não foi tão afugentada, garante o Ibope. Ela mudou de canal, de preferências, de horário, mas ainda registra boas bilheterias.
Em 2000, a novela das 20 horas da Globo, “Laços de Família” –um dos programas mais assistidos da TV brasileira– registrava média de 45 pontos de audiência.
Na época, segundo o Ibope, cada ponto equivalia a 43 mil domicílios na Grande São Paulo. Portanto, 1,935 milhão de domicílios estavam sintonizados na trama de Manoel Carlos.
A dona do horário hoje, “Passione” chega à média de 42 pontos, num universo em que cada ponto corresponde a 60 mil domicílios. Levando a conta à risca: tem 2,5 milhões de domicílios em sua plateia. Público bem maior.
Mas o instituto reconhece as mudanças nos hábitos de audiência. A Globo, ainda líder, enfrenta, ano a ano, o abalo da soberania, com o crescimento da concorrência. Já as faixas horárias antes renegadas, como a madrugada, hoje têm público mais farto e disputado.
“As pessoas falam muito, mas o número de TVs ligadas quase não mudou nesse período. A novela das 20h em 2009 marcava média domiciliar de audiência de 21%, a mesma de 2000″, diz Dora.
“Temos de prestar atenção no total de TVs ligadas. É o que mostra se há mais gente vendo TV ou não.” Se usarmos esse comparativo, a queda é irrisória.
Segundo medição na Grande São Paulo, o share (participação entre TVs ligadas) da TV aberta em 2000 na média/dia (das 7h à meia-noite) era de 45%. Em 2001, 42%. Hoje, segue, até outubro, em 43%, a média de 2002, 2003, 2004 e 2007.
Se esse público congelou na poltrona, por que então a audiência da TV aberta parece despencar ano a ano?
Segundo o Ibope, os hábitos dos telespectadores mudaram. A audiência se pulverizou por outros canais, outros horários, abocanhando pontinhos das imponentes médias das atrações líderes, concentradas no horário nobre, que também mudou.
Nos 1990, a audiência começava a subir às 17h30. Hoje, a plateia noturna ganha quórum às 19h e pode chegar ao seu pico depois das 22h, faixa que, anos atrás, marcava o despencar do número de TVs ligadas.
Ao olhar para frente, o Ibope espera mais mudanças: aposta na demanda do mercado por mapear melhor o público de cada região e na medição de audiência móvel, em que o conteúdo será o alvo, independentemente da plataforma de veiculação.
“Daqui a dez anos, as pessoas não saberão mais em que tela (TV, iPad, PC) assistiram a determinado programa. Vamos medir audiência por conteúdo”, diz Dora. “A TV da sala não será mais o centro da captação. O Ibope já está pronto para isso, é só o mercado pedir.”
“A população cresceu. Em quantidade, hoje há mais gente na frente da TV do que há dez anos. Um ponto de audiência vale bem mais”, afirma a diretora comercial do Ibope, Dora Câmara.
KEILA JIMENEZ
COLUNISTA DA FOLHA

FELIZ ANO NOVO!!!

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