A moda agora é fazer remakes. Vira e mexe estamos assistindo na televisão uma adaptação de um clássico, e muitas vezes nem sabemos. As perguntas são: Por que os remakes chamam mais atenção do que as tramas inéditas? Vale a pena investir em remakes e dar as costas a novas novelas, com novos conflitos, romances e tensões?
Mas o que é um remake? É quando se produz novamente uma história já conhecida do público e que já tivera uma produção anterior. Partindo do princípio que na TV nada se cria, então é melhor refazer do que fazer. Copiar do que criar. Mas será mesmo que sucessivos remakes de novelas são reflexos de uma carência de criatividade dos veteranos autores? Será que a TV brasileira não está investindo adequadamente em autores da nova geração que poderão trazer novas idéias, uma nova linguagem na TV e consequentemente uma conquista maior de um publico que anda migrando para a TV a cabo e internet?
A Rede Globo é um dos exemplos disso, a emissora vem investindo pesado em remakes de novelas que já fizeram sucesso no passado. “Cabocla”, “Paraíso”, “Sinhá Moça” e, por último, “TiTiTi” são alguns dos exemplos, quase nada se comparado a enorme lista dos remakes feitos nesta década. O que intriga os críticos de plantão e, principalmente, as emissoras de TV, é o fato de toda nova novela decepcionar no IBOPE, a única saída tornou-se buscar no passado um futuro melhor. Mas se engana quem pensa que a Rede Globo é a única que, atualmente, passa por essa “crise” de criatividade, por assim dizer. A Rede Record não foge a regra. “Bela, a Feia”, “Poder Paralelo” e “Rebelde”, que tem estréia marcada para ano que vem, ilustram o contexto pelo qual a televisão passa.
E não é só no panorama televisivo brasileiro que isso é notável. Em Hollywood essa moda também pegou. Eles estão investindo pesado em remakes de filmes que fracassaram no passado. Segundo Barry Norman, um dos mais conhecidos críticos do cinema mundial, só faz sentido realizar um trabalho desse tipo, se você tem condições de fazer melhor do que já foi feito. Até porque o grande risco a ser corrido por um remake, é o fato de poder manchar a obra original. Beatriz Segall, que viveu o papel da inesquecível Odete Roitman, disse que a Globo, ou a televisão, como um todo, não tem elenco para fazer um bom remake de “Vale Tudo”. O que ela quis dizer com isso?
É preciso levarmos em conta que uma boa história, com um elenco, direção e produção que faça jus, é fundamental para uma boa audiência, independente que seja remake ou não. Importante também saber que uma adaptação de uma novela de sucesso, precisa de um autor maduro o suficiente para entender a linguagem do telespectador na época atual, pois é para o publico e a mídia que a novela está sendo produzida.
Quando autores e emissoras resolvem buscar a esperança de um bom futuro no passado, significa que o presente não está muito bem.
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