domingo, 27 de novembro de 2011

Para protagonizar "Vidas em Jogo", Guilherme Berenguer passou um dia em ocupação ilegal


Guilherme Berenguer é do tipo que conversa com todo mundo. O intérprete do Francisco de "Vidas em Jogo" é daqueles que, quando param no sinal de trânsito, costumam abrir o vidro do carro para bater um papo com os vendedores de doces. Certa vez, inclusive, foi reconhecido por um deles. Animado, o rapaz chamou os amigos para verem de perto o "artista da televisão", como chamou o ator. "Chegaram mais três e um deles disse: 'O senhor fez 'Malhação'. Como é mesmo o nome? É o Cláudio 'Hering', que fez a novela com a Samara Feliciano!'. Eu respondi: 'Sou eu mesmo'", diverte-se, ao lembrar da confusão que o vendedor fez com os nomes dos atores que já integraram o elenco de "Malhação", onde o ator fez sua estreia na tevê, em 2004 – misturou Samara Felippo com Marjorie Estiano e se enganou com o sobrenome difícil de Cláudio Heinrich.

E foi justamente essa necessidade de estar próximo das pessoas que ajudou Guilherme a compor seu atual personagem. Na trama, antes de ganhar na loteria, Francisco morava em uma ocupação, onde o coletivo é muito mais importante do que as necessidades individuais dos moradores. "Tem uma vivência, que carrego comigo, e essa coisa de lidar com as pessoas. Procurei dentro de mim e doei para o personagem essa noção do bem comum", explica.

Para entender ainda melhor o perfil de Francisco, Guilherme foi ver de perto uma dessas ocupações. Passou um dia inteiro por lá e teve a oportunidade de conversar com as pessoas que vivem dessa maneira. "Eles têm uma coisa muito democrática. As regras são estabelecidas a partir de uma votação", conta. O laboratório foi uma sugestão do preparador de elenco Sérgio Penna, que começou a se reunir com os atores da novela no final de 2010. O trabalho foi focado, principalmente, no entendimento do universo e da personalidade dos personagens através de exercícios de improvisação. "Se a gente erra, a gente sabe o que não usar. Se acerta, guarda aquilo no que o Penna chama de diário de bordo, onde tem um repertório de emoções e situações que me fazem ser o Francisco", destaca.

Além disso, na história, Francisco canta em uma banda de samba-rock. Por isso, Guilherme fez aulas de canto com a professora Tutti Baê. O que foi fundamental para o ator buscar a maneira de cantar que esse estilo musical pede. "Eu vou facilmente para o rock. É difícil, para mim, manter essa voz com intensidade, mas contida", revela ele, que já havia tido uma experiência semelhante em "Malhação", quando interpretou Gustavo, líder da Vagabanda. Mas, na ocasião, não teve todo o preparo de agora. "Eu colocava um jeito meu, ia na intuição. Com a preparação vocal que tive para esse personagem, consegui enxergar algumas coisas, ver onde poderia ou não ir", ressalta ele, que também observou as performances dos cantores Rogê e João Sabiá.

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