segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“O Astro” entra no clima de despedida


Nos capítulos mais recentes, o enredo de “O Astro” deu uma disparada que comprometeu seu ritmo. Tudo acontece a jato, e não é só nos dias em que a Globo encolhe o capítulo por causa do futebol. Dia desses, Jamile (Carolina Kasting) abandonou o marido, foi ao encontro do homem por quem estava apaixonada, Assunção (Reginaldo Faria), e acabou dispensada por ele. Isso em dois blocos. Vida dinâmica a dela.
Ainda assim, “O Astro” continua um programão e, se sua história se quebrou um pouco, a produção como um todo mantém uma identidade fortíssima. Nenhuma novela no ar tem figurinos, cenografia e caracterização tão especiais e acertados. A afinação entre os excessos estéticos propositais — cabelo de Regina Duarte, decoração da casa de Clô etc — e as atuações merece todos os elogios.
Como já disse aqui em outra crítica, “O Astro” não é para atores blasés (nem diretores, cenógrafos figurinistas etc). Por isso, Marco Ricca, Regina Duarte e Humberto Martins, entre outros, se deram tão bem. A maior expressão concreta desta opção “barroca”, puxada, é Regina Duarte. A atriz embarcou de verdade no seu papel. Sua Clô carregadíssima — e ainda assim nunca cômica — fala por si. Quando acabar, esta semana, “O Astro” vai deixar saudades.
Patrícia Kogut

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