Qual pode ser o interesse de um sorteio das chaves em que jogarão quase 200 países, de cinco continentes, candidatos a uma vaga na Copa do Mundo? Próximo de zero, eu diria. Até explicar o evento parece complicado.
Para a Fifa, transformar um evento burocrático como este “sorteio preliminar” num espetáculo midiático serve exclusivamente a propósitos de marketing, divulgação de marcas e negócios.
Ao custo de R$ 30 milhões, assumidos pelo governo do Estado e a Prefeitura do Rio, o Comitê Organizador da Copa de 2014 delegou a uma empresa das Organizações Globo a tarefa de dar cores a um negócio que tinha tudo para ser chatíssimo. E foi.
Fernanda Lima e Tadeu Schmidt, do cast da emissora, foram os mestres de cerimônia. O apresentador do “Fantástico” cometeu a maior gafe da tarde ao chamar Ronaldo de Romário. Este último, hoje deputado federal, tem feito críticas aos gastos excessivos da Copa de 2014.
Os shows de Ivan Lins e Ana Carolina, Ivete Sangalo, Orquestra de Heliópolis e Daniel Jobim foram programados para quebrar a monotonia da cerimônia, assim como as entrevistas com ex-jogadores. Não cumpriram o objetivo, mas adicionaram cafonice à tarde.
Como não poderia deixar de ser, a festa foi transmitida ao vivo pela Globo, que escalou Galvão Bueno para “narrar”, além de Junior e Casagrande para “comentar”. Galvão tentou ser didático, explicando o sentido do incompreensível sorteio das chaves da África, entre outras espinhos que encontrou pelo caminho. Mas nem ele, o mestre maior, conseguiu dar emoção a um evento soporífero.
Fotos: AFP
por Mauricio Stycer
Nenhum comentário:
Postar um comentário