Quando foi anunciada como a substituta da devagar-devagarinho “Araguaia”, “Cordel Encantado” já chamava a atenção por trazer em sua sinopse uma mistura de dois universos aparentemente distintos, a realeza europeia e o cangaço nordestino.
Das promissoras Thelma Guedes e Duca Rachid (“O Profeta” e “Cama de Gato”), a nova novela das seis da Globo não precisou de muito tempo pra cativar o público, fisgar os desiludidos da faixa e convencer a imprensa. Já no seu terceiro capítulo era possível constatar a qualidade e perfeição da obra.
Poderia soar como uma tentativa de reinventar um “Que Rei Sou Eu?” do século XXI, ou se perder apenas na ousadia da inovação, mas não, “Cordel” tem essência, e principalmente munição de sobra para encantar e fazer rir.
No quesito interpretação Marcos Caruso, Zezé Polessa, Osmar Prado, Nathalia Dill, Bruno Gagliasso, Domingos Montagner, Matheus Nachtergaele, Heloísa Perissé, Claudia Ohana, Ana Cecília Costa, Carmo Dalla Vecchia e Débora Bloch vêm chamando a atenção, esta última principalmente, pois basta entrar em cena para roubá-la.
Com apenas 12 capítulos exibidos, “Cordel” já é de longe a melhor novela da atualidade, ofuscando e esmagando todas as outras, sem exceção. A trama de Açucena e Jesuíno trouxe algo novo e ao mesmo tempo óbvio, servindo de referência daqui pra frente. Que os novelistas leiam a cartilha e tentem decifrá-la, assim como fez Thelma e Duca.
Alguns pregam um amor de revolução orientados por seus insensatos corações, mordem e assopram tentando impedir que o tempo corra como as águas de um ribeirão, aderem aos rebeldes como forma de protesto, mas de nada adianta, o povo quer sonhar e se encantar com um bom cordel.
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