Parafraseando Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii, Napoleão é pop. Já virou nome de um conhaque famoso, de rua, tema de filmes, séries de televisão e vai ver até de um sal de fruta em algum lugar do planeta. Afinal, o imperador da França que sofria de dores de estômago conquistou quase toda a Europa e mexeu com o mapa do mundo. Ou seja, não se trata do obscuro monarca de Lichtenstein, ou de um reizinho cujo poder se resumiu um dia a um pequeno feudo, uma montanha remota. É Napoleão, gente.
Mesmo assim, alguns participantes do “Big Brother” não sabiam quem ele era. A roraimense Paula, muito embatucada com a citação feita por Pedro Bial no discurso de eliminação da última terça-feira, perguntou a Jaqueline: “Quem é Napoleão?”. A dançarina respondeu: “É o daquele ditado, ‘foi assim que Napoleão perdeu a guerra’. Lembra?” (os vídeos estão disponíveis no site do programa, na Globo.com. O discurso de eliminação, no Big Blog de Tatiana Contreiras e Lívia Brandão, aqui no site do GLOBO). E mudou de assunto.
Aparentemente dona de um apetite de conhecimento inesgotável, Paula foi consultar Rodrigo. “Ele era francês, conquistou a nação. Ele era... Me fugiu a palavra agora”, respondeu o modelo. A estudante (!), a esta altura bem angustiada, pediu para ele tentar explicar melhor. Em vão.
As cenas foram vistas no pay per view de quarta-feira. O que elas dizem sobre o programa? Pouco. O “Big Brother” não é uma sala de aula e seus participantes, com exceção de um ou outro (Jean Wyllys e Elenita, para ser justa), não são scholars.Porém, os diálogos dizem muito sobre a educação no Brasil. Como pode alguém na faixa dos 20 anos ter passado pelo ensino fundamental sem ter sido tocado por esta informação tão básica? Não estudaram, não viram um filme, um desenho animado, não tomaram sequer um gole de conhaque. É triste.
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