Não é de hoje venho acompanhando certas “indignações” de muitos sobre o Carnaval. Afinal, a ingênua festança que nos atinge no fevereiro constante não é mais a de antes – tampouco o seu mês.
Porém, parece-me que neste 2011 foram muitos os que viraram meio que ao avesso ao costume. O depoimento da jornalista Rachel Sheherazade só afirma o atual momento de poucos integrantes da população brasileira: acordada. Os fatos ditos, explorados e amplamente abertos por ela destacam fatores que muitos já tinham visto, poucos já pensaram e que muitos passam – ou fingem – despercebidos. Do mesmo modo que os problemas burocráticos que afligem a nossa população durante os anos, os fatores intrigantes e senão “ridículos” do meio da folia e do entretenimento continuam acontecendo sem que muitos liguem, ou melhor, sem que ninguém ligue.
Seguindo o propósito do TV em Foco, o de TV e entretenimento, aproveito o gancho e brecha deixado por Rachel para complementar que não é somente os trios, blocos, abadás do Carnaval que consomem mais dinheiro que o necessário; não é somente fora da TV e de São Paulo que as coisas que indignam acontecem. Basta passar pelas 5 maiores emissoras para vermos que a displicência com a população diante o Carnaval é exacerbada. Ora, sei que é uma época de festas em nosso país, mas nem aquela que se diz agora a 3ª maior emissora do mundo dá digno valor aos seus telejornais, noticiários ou quaisquer programas que repasse imagem ou conteúdo diferente de milhares de pessoas correndo atrás de um carro de som. Quiçá então Record, RedeTV!, Band e até o SBT que agora aderiu à moda.
Junte isso à falta de organização que encontramos na maioria dos telejornais de hoje. Vemos uma correria para fechar as edições, notória. Como? Não se espante se até a quarta-feira de cinzas você não assistir qualquer âncora se confundir e dizer que o “Galo da Madrugada” foi assassinado. Como disse Rachel, também não quero aqui ser vilão do Carnaval, e sim também expor a realidade da festa que com a mais absoluta certeza não é genuinamente brasileira. No maior veículo de comunicação do país que ainda é a televisão, vemos emissoras adiantarem horários de reality’s show, mas não vemos um espaço dedicado à cultura de verdade e notícias mesmo na época de carnaval.
Poucos como eu podem se importar com isso, porém, o restante da população que hoje bebe e festeja será a mesma população que reclamará do país daqui três ou quatro dias. Os brasileiros e brasileiras que amadureceram e muito durante esses últimos anos ainda precisam, um pouco, protestar não somente por valores materiais, e sim morais e de conhecimento. Não adianta relutar. Depois, não vão reclamar que não sabem de nada…
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