quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Especial Chico Anysio: 80 anos e mais de 200 personagens


Chico Anysio
Foto: TV Globo/Joao Cotta

Falar em humor no Brasil é falar de Chico Anysio. Cearense, com um humor genuinamente brasileiro, Francisco Anysio de Paula Filho surgiu no rádio, como comentarista esportivo e radio ator. Em 49, sua veia humorística tomou conta, passando a redigir 13 programas semanais da linha de shows da Rádio Mayrink Veiga. Participou também de programas de calouros com suas imitações e personagens caricatos com um número que totalizava 32 vozes diferentes. Na década de 50, já vencedor de todos os concursos das maiores emissoras de rádio, foi elevado à categoria de hour concour, o que permitiu oportunidade em um novo meio, a televisão.


Popó (Chico Anysio)
Foto: TV Globo/Alex Carvalho

Em 57 inicia sua trajetória televisiva através da TV Rio, se torna efetivamente conhecido e Walter Clark, então diretor de programação da emissora, coloca Chico em destaque na TV. Com o surgimento do VT (videotape), Carlos Manga, diretor cinematográfico e da TV Rio, convida Chico para tentar algo novo, um programa repleto de personagens do humorista. Nascia o “Chico Anysio Show”. A partir daí, o cearense e seus vários personagens percorreram as maiores emissoras do país: TV Excelsior, Tupi e Record.

Em 1969, o humorista chega à TV Globo. No ano seguinte, estreia o programa “Chico Anysio Especial”, com edições mensais e gravadas em externas. Nesse período, lança também uma série infanto-juvenil, apresentada após o "Jornal Nacional", antecedendo a novela das oito. Em 1973, “Chico City” é fundada, uma pequena cidade que virou metrópole e reunia uma população hilariante, repleta de personagens de Chico Anysio, exibida até 1981.


Professor Raimundo (Chico Anysio)
Foto: TV Globo/Isac Luz

Na década de 80, “Chico Anysio Show” retorna à TV, dessa vez na Globo, permanecendo por 10 anos no ar, com diversas adaptações e retomadas de formatos antigos, como o próprio “Chico City” e a estação de TV fictícia QCV.

De 1990 a 1995, o programa de Chico muda e um único quadro vira destaque: “Escolhinha do Professor Raimundo”, fábrica de dezenas de humoristas consagrados como seu ex-redator, Tom Cavalcante. Em 1999, a “Escolhinha” volta, como um quadro do “Zorra Total” de cast renovado.

Nessa mesma época, outros programas de Chico habitaram a grade da TV Globo, como “Estados Anysios de Chico City” e novas versões de “Chico Total”. Ainda em 1997, Chico sofre um grave acidente, que paralisa seus movimentos faciais. O humorista passa uma temporada fora do Brasil em tratamento e retorna em 1998 com novas ideias, que eram apresentadas antes da exibição do “Zorra Total”.


Justo Veríssimo (Chico Anysio)
Foto: TV Globo/Thiago Prado Neris

Chico Anysio sempre foi destaque em todos os aspectos: teve um quadro regular no "Fantástico" por 17 anos, foi supervisor de criação do programa "Os Trapalhões" no início dos anos 1990, atuou em diversos filmes, novelas e especiais, compôs canções e publicou vários livros. Atuou no teatro, trabalhou com artes plásticas e realizou exposições por todo o país.
 
Atualmente, Chico queixava-se de estar isolado das programações de TV, dizia estar na geladeira. Em 2005 fez parte do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, participou de episódios de algumas séries de TV e em 2009 voltou a integrar o elenco do “Zorra Total”.  Nos últimos dois anos foi destaque na programação de fim de ano da Globo com “Chico e Amigos”, duramente criticado no final de 2010.


Painho (Chico Anysio) e Das Mercês (Aparecida Petrowsky)
Foto: TV Globo/Marcio Nunes

Desde o dia 02 de dezembro, Chico Anysio está internado no Rio de Janeiro, após apresentar falta de ar. Hoje está em tratamento de uma insuficiência cardíaca, com pressão arterial baixa e uma pneumonia muito forte, num quadro que oscila entre muitas melhoras e diversas recaídas. No último boletim médico, o estado de saúde de Chico seguia grave, mas ele já se comunicava por sinais com a família. Foi homenageado pela Record no “Domingo Espetacular” e está entre as personalidades mais queridas do Brasil.

Chico, cearense de coração carioca, batalhador desde pequeno, segue lutando. Mesmo hospitalizado, seus vídeos na Internet seguem recordistas de visitas. Rir de suas histórias é a maneira que o povo brasileiro encontra para torcer pela recuperação do artista. Com a estupenda trajetória contada acima, não existem dúvidas de que ainda veremos muitos dos seus 209 personagens brilhando na TV. Chico Anysio é brasileiro, não vai desistir.

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